Ó arte, tu que és tão forte, que incomodas, alivias, alertas... matas? o homem; explica-me de onde vem a perturbação que te acompanha.
Deves incomodar, isto é fato. Mas sempre cri na perturbação vinda dos sentidos pra dentro; no entanto cada vez comprovo que vem, também ou principalmente, de dentro para fora.
Arte, explicai-me, por que seus filhos são inquietos e auto-destrutivos?
Por que seus jovens filhos, aflitos ou não, parecem esquecidos de si e de todo poder social coercitivo, às vezes tendendo mesmo ao clichê _ coisa que me surpreende, considerando tal veia artística? Por que estes mesmos filhos, tão sensíveis, simplesmente parecem incapazes de se preservar e preocupar-se em extaltar-te, ó Arte, de modo menos suicida?
Ou será esta tendência suicida e, talvez, amoral uma exigência aos mais sensíveis e verdadeiros de teus filhos?
Ou talvez eu seja mesmo "'socialmente criada" para ser insensível?
Ai de mim, que não posso ser completa...