segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Resoluções para 2019


  1. Neste ano a carteira de motorista sai!
  2. Comer menos carne, de preferência cortar completamente as carnes vermelhas.
  3. Cuidar mais da alimentação, fazendo minhas próprias compras e não me deixando seduzir pela alimentação do resto da casa. Isso implica em comer menos pão francês e biscoito e mais grãos e verduras variadas.
  4. Juntar dinheiro pra sair da casa dos meus pais e levar Pandora comigo.
  5. Melhorar o Lattes, escrevendo artigos baseados nas melhorias da dissertação sugeridas pela banca.
  6. Fazer atividade física ao menos 3 vezes na semana. No último ano eu consegui manter a média de duas vezes, mas neste ano eu quero mais 💪
  7. Trocar, na medida do possível, os remédios e produtos químicos por opções naturais. Exemplo: deixar de tomar o omeprazol e tomar mais chás, tomar mel com açafrão religiosamente todos os dias, trocar o desodorante por algum natural, pensar em alternativas para a pílula.
  8. Usar mais a agenda para evitar esquecer compromissos ou marcar duas coisas para o mesmo dia.
  9. Treinar escalas, se não todo dia ao menos 4 vezes na semana.
  10. Ficar mais atenta ao calendário e aos e-mails do PPGHIS, assim como ao calendário e às mensagens da Free Som.

sábado, 29 de dezembro de 2018

Da responsabilidade por aquilo que cativas

"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas".

Esta frase, dita pela raposa ao Pequeno Príncipe, deveria ser usada de uma forma mais refletida do que ela realmente é.
Não acredito que seres humanos maiores de idade sejam responsáveis pelos sentimentos uns dos outros, logo não se pode responsabilizar alguém que é objeto dos sentimentos do outro. Além disso, originalmente cativar significa manter cativo, prender. Na lógica da raposa, então, um relacionamento seria uma situação onde um está preso ao outro, de um lado pelo sentimento, de outro pela responsabilidade em ter despertado este sentimento. Isso não parece injusto?
Não querendo divagar sobre a parte romântica da frase, me atenho à sua aplicação que, na minha cabeça, faz mais sentido: tu te tornas eternamente responsável por aquilo que manténs em cativeiro.

Da última vez que visitei um zoológico me senti um pouco incomodada com aquela situação. Quis fazer esta visita por ter lembranças infantis muito bonitas, mas depois de adulta a ideia de manter animais selvagens em cativeiro me pareceu cruel. Houve um tempo em que este seria o único jeito de um brasileiro ter uma ideia de como é uma girafa, mas em tempos de globalização e internet me faltam argumentos para defender a existência dos zoológicos.
Mas há espécies de animais que foram mantidos por tempo demais em cativeiro, como os animais de fazenda, e que dificilmente se adaptam na natureza, caso os abandonemos Assim, sem entrar no âmbito de discutir se é justo ou não criar animais para explorar sua carne, seu leite ou sua força, deveria ser responsabilidade do humano garantir uma vida menos sofrida a este tipo de bicho.
Outro caso é o dos animais de estimação. Se eles são de estimação, significa que se tem estima por estes bichinhos. Neste caso, além da responsabilidade pelo cativeiro, o amor pelos animais adotados deveria fazer com que tivéssemos um senso de cuidado maior com eles.

Como não perceber que um gatinho ou um cachorrinho demandam atenção? Que querem sempre estar por perto, que buscam carinho, que se sentem protegidos quando dormem aos nossos pés? Que são como crianças pequenas e, se às vezes nos irritam quando fazem cocô no lugar errado ou destroem um móvel, não é por maldade?

Da minha parte, a cada ano que passa sinto que percebo mais o quanto não tratamos os animais de forma digna. Os cativamos e os abandonamos. Os cativamos e os exploramos sem pensar na forma que vivem. Os cativamos e, em troca da vida selvagem tomada, não damos um substituto melhor.

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Este post é como um vômito.


Não chores, meu filho;

Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos,
Só pode exultar.


Minha vó me disse esses versos antes de eu viajar pra Alemanha. Eu estava estressada com mil coisas: precisava entregar os trabalhos das disciplinas do mestrado, arrumar malas, organizar documentos, ajudar no lançamento do livro de poesias e o número de habitantes da minha casa tinha dobrado por causa do aniversário de vó e do lançamento do livro. Tudo isso e mais o medo de passar um ano em outro país - por isso vieram os versos de Gonçalves Dias.
Desde então, vira e mexe esta estrofe me volta à mente, geralmente nos momentos de crise. Vó sempre diz que admira o quanto eu trabalho, porque eu não desanimo. Se ela soubesse que eu desanimo sim, desanimo muito...
A começar pelo fato de que eu nem acho que trabalho tanto assim. Eu faço muitas coisas, é diferente. Mas nem sempre dá pra ver o produto dessas coisas. E eu sofro pra fazer tudo, mas é um sofrimento desnecessário. Sofro por causa da minha mente de macaco, da falta de concentração, da inconstância.
Minha vó admira quem não se deixa abater, e volta e meia eu me sinto abatida. Vou empurrando tudo pra frente, do jeito que dá, até a fase passar. Mas parece que nunca passa por muito tempo.
Será que eu sou forte? Não sei se quero ser exultada... Porque até nas vitórias eu sinto medo. Sinto que sou uma fraude: as pessoas vêem mil qualidades, mas todas elas são falhas. Cada conquista vem acomapanhada do medo da incompetência, do medo de decepcionar as pessoas, medo de não ser merecedora, de ter conseguido por sorte ou coisa assim. E o pior: o medo de mudar de ideia, de não saber o que quero da vida e descobrir que, na verdade, não era aquilo que eu queria fazer. Que não era aquilo que me faz feliz. Mas o que me faz feliz? Será que eu nunca fico satisfeita com nada?
Acho que a dúvida da minha vida, o monstro debaixo da minha cama, perturbando meu sono, puxando meu travesseiro, é a dúvida sobre o que é minha vontade e o que é a expectativa alheia. É muito difícil conseguir separar. Às vezes duvido que me conheço.
Quais são meus gostos? O que me move? O que me faz feliz?
Descubro por um tempo, mas logo vou acumulando coisas, esquecendo compromissos, ficando exausta, daí vêm as crises de choro, a falta ou o excesso de sono, os dedos feridos, as falhas no cabelo, a pele manchada, o estômago ruim, a vontade de fazer só nada. Será que eu desgosto dos meus gostos tão rápido?
Ai vó, eu não sou um Tamoio. Eu não chego nem perto. Eu caio na primeira flechada.

...

Este post é um vômito. Talvez uma das Mayras do futuro possa relê-lo e sentir que, depois disso, algum alívio chegou.

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

"Vejo a minha história com a sua comungar..."



Perdemos.

Os monstros invisíveis passaram a mostrar suas caras. Saíram dos armários que nunca habitaram realmente e se abrigaram sob o manto falso da honestidade. Deixaram rastros antes mesmo de iniciarem o caminho.

A vantagem de poder ver os monstros é reconhecer quem também está lutando contra eles.
Nem sempre é fácil identificar, há muitas camadas; mas na hora do medo surgem outras mãos trêmulas que se estendem para buscar as nossas e isso já gera algum conforto.
Nesta hora é preciso também não se deixar contaminar pela monstruosidade, que se espalha muito facilmente. Sem pânico - o pânico é o alimento destes seres, muitos se transformaram por sua causa.

Estar em paz se tornou um ato de rebelião.


sábado, 20 de outubro de 2018

Sinto uma alegria inesperada neste reencontro!

Pensei que este blog tinha sido deletado, assim como os blogs e fotologs anteriores.
Pensei que, caso voltasse a ler qualquer um dos meus escritos antigos, sentiria vergonha e não me reconheceria. Qual o meu espanto, ao ler estas poucas postagens e gostar do que li!
É como se me reencontrasse com uma velha amiga, alguém de quem eu tinha saudades, mas evitava visitar. Uma mulher que deixei pra trás por pensar que era muita arrogância falar de sentimentos, como se eu tivesse mesmo alguma propriedade para me expressar sobre coisas tão profundas.
O abstrato, o sensível, o sublime - eu deveria ser dura demais pra tudo isso. Seca. Trabalho, faculdade, dinheiro. Que bobagem escrever sem aspas, citação, Times 12, espaçamento 1,5.

Sinto a mão dessa velha amiga tocar meu rosto. Não vá agora...

Espero que este reencontro reavive alguma coisa boa há muito esquecida. Sei que havia muita dor. Mas sentir dor também é sentir...