No deserto, floriu
E trouxe consigo um oásis.
Sob as luzes ruivas da aurora
O ar, levando seu perfume,
Revigora os beduínos que vagavam cansados.
Pouso fácil para os olhos.
Bela e forte, ainda que pareça frágil.
Atrai sua improvável presença, magnética
Como se natural do deserto fosse;
Milagre é, no entanto, e muito encanta.
Que brote e vigore, esse jasmim.
Que mil regatos banhem suas raízes
Que os ventos sejam brisas
Que o oásis cresça à sua volta
Que nunca seja colhida, nem encolhida;
Que cresça e, como as estrelas no deserto,
Permita que eu, viajando só nessas dunas,
Me perca e me encontre
Ainda que apenas pela sua lembrança:
a esperança de não estar só.